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José Manuel Costa

José Manuel Costa

Jornais tentam escapar a uma morte anunciada

30.03.09, José Manuel Costa

 

Irónico? Talvez não… As “mortes” de alguns dos mais emblemáticos jornais americanos, como o Rocky Mountain News, estão a ser anunciadas em primeira mão através das novas plataformas comunicacionais, as mesmas que estão a condenar o jornalismo impresso a dias penosos.

 

Twitter, blogues, redes sociais, You Tube, todos os canais serviram para, em tempo real, os colaboradores daquela publicação do Colorado “cobrirem o funeral do seu próprio jornal”, como observava o Financial Times. A primeira edição daquele jornal data de 13 de Abril de 1859. A última é de 27 de Fevereiro de 2009. Ou seja, o Rocky Mountain News “morreu” a poucas semanas de completar o seu 150º aniversário.

 
Outros jornais importantes também já escreveram o seu próprio obituário, e os que ainda não o fizeram seguem nesse sentido. A redução das receitas publicitárias e a diversificação das novas realidades digitais estão a impor medidas drásticas nas redacções, tais como a redução do número de colaboradores.
 

O cenário nos Estados Unidos é o mais problemático, estando a imprensa a ser mais penalizada do que em qualquer outra parte do mundo. O Financial Times explica esta situação com o facto de existir uma forte identidade cívica das pessoas associada a uma certa região ou estado, canalizando, assim, quase toda a publicidade para os meios locais, que acabaram por ganhar dimensão e recursos comparáveis a jornais nacionais de qualquer outro país.

 

Ora, com a contracção económica e a redução da publicidade, os jornais locais como o Rocky Mountain News foram os primeiros a pagar o preço da exclusividade de publicidade confinada a um Estado ou região.