João Breda e a importância dos stakeholders
É uma inevitabilidade. Vamos ter que passar a envolver novos stakeholders nos projectos que sensibilizem a população portuguesa para as questões da nutrição sustentável e alimentação, obesidade ou actividade física.
Segundo explicou João Breda recentemente, durante o Congresso de Nutrição e Alimentação, ainda há muito trabalho a ser feito nesta área e todos têm que participar: do Governo às associações locais, das escolas a outros importantes dinamizadores da comunidade.
João Breda está a liderar, na Europa, o grupo da Organização Mundial de Saúde que, a partir de Copenhaga, trabalha na Carta Europeia de Luta contra a Obesidade e no Plano Europeu de Nutrição e Alimentação.
Ligo este apelo de João Breda a um outro de Augusto Mateus, a 7 de Abril, durante a apresentação do Edelman Trust Barometer Portugal. Disse o ex-Ministro da Economia que “as empresas não são apenas máquinas de fazer dinheiro” e que estas terão de pensar cada vez mais, lá está, nos stakeholders.
“O stakeholder é alguém que tem interesse, tem direitos, mas que se mexe. Que vive na vizinhança [da empresa], que é cliente, distribuidor, agente no mercado, cidadão, que tem interesses, direitos, responsabilidade. E que perde tempo a exercer essa função”, referiu então.
Numa sociedade que, como revelou o último Edelman Trust Barometer, promete o fim do egoísmo, do subjectivismo e do individualismo, estará nos consumidores o poder de decidir: estarão os agentes económicos a prezar pelo seus (deles) interesses ou necessidades?
Esta rede de parcerias tornar-se-á cada vez mais importante, não apenas nesta questão – a da nutrição sustentável -, como noutras que, directa ou indirectamente, interessam aos consumidores e cidadãos.
Como podemos minimizar o impacto negativo que as desigualdades têm sobre questões como a obesidade, a saúde, a inclusão social ou a responsabilidade social e ambiental? Estas são questões para ser respondidas com tempo. E a seu tempo.