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José Manuel Costa

José Manuel Costa

Portugal, Brasil e as parcerias de sustentabilidade

13.03.13, José Manuel Costa

Brasil é um dos vários países a mostrar interesse no sistema Wone, desenvolvido pela Empresa Pública de Águas de Lisboa (EPAL) e que deu à capital portuguesa a liderança mundial no ranking da eficiência ao nível das perdas de água.

 

Não é de estranhar. Este software permite que Lisboa se junte a Tóquio, no Japão, no topo das cidades mais eficientes do mundo – um feito que poucos portugueses saberiam, até há pouco. A capital portuguesa tem 8,7% de perdas de água, contra, por exemplo, os 10% da Nova Iorque, os 28% de Londres ou os 19% de Barcelona.

 

Há dois anos, os índices de perda de água brasileiros encontravam-se entre os 37 e 42%.

 

Quando começou a testar o modelo Wone, as perdas de água de Lisboa situavam-se nos 25% - a evolução foi brutal, e assim será nas cidades que investirem neste software.

 

É aqui que entra a cooperação luso-portuguesa, ao nível da comunicação, das estratégias de sustentabilidade, do marketing, da negociação. E isto é apenas o início: cidades como Maputo, Luanda ou Praia podem facilmente melhorar a sua sustentabilidade – e poupar recursos – com este modelo.

 

Como disse, poucos portugueses sabiam deste feito antes de a EPAL o comunicar. A comunicação é essencial no desenvolvimento de estratégias de sustentabilidade – e a boa comunicação cria oportunidades de negócio, desenvolvimento real.

 

Quando subi para o avião para a minha viagem cada vez habitual para São Paulo, não pude deixar de pensar nas oportunidades lusófonas que existem no campo do desenvolvimento sustentável. É também aqui que entram projectos como o Green Project Awards, que criam uma plataforma para que estes projectos sejam conhecidos – mais do que reconhecidos, apesar de isso ser uma importante arma de motivação.

 

O mesmo raciocínio pode ser usado para as inovações brasileiras que ainda não chegaram a Portugal. É esta ponte que me presto a fazer – essa é a minha missão nos próximos anos, levar o Portugal sustentável ao Brasil, Angola, Cabo Verde e Moçambique. E beber destas experiências para tornar Portugal um pouco mais lusófono.