Richard Edelman
Davos, a estância suíça imortalizada na “Montanha Mágica” de Thomas Mann, acolhe desde hoje e até ao próximo Domingo mais um encontro do Fórum Económico Mundial. A participação deste ano é recorde, contando com mais de 2000 pessoas, entre as quais estão cerca de 40 chefes de Estado e de Governo, como os primeiros-ministros chinês e russo, Wen Jiabao e Vladimir Putin, respectivamente.
Sob o espectro da ameaça da recessão global e do já crónico “travão” imposto pelas políticas proteccionistas que teimam em persistir, Davos volta a reunir este ano representantes do mundo empresarial, institucional e político para discutirem os problemas e abordarem os desafios mundiais. Em ano de crise, tal conclave adquire ainda mais importância, seja nas apresentações das conferências ou nas conversas de corredores.
Um dos presentes em Davos é Richard Edelman, director executivo da Edelman da qual o Grupo GCI é afiliada, e que apresentou esta manhã o muito aguardado "
Trust Barometer 2009”, um estudo de confiança e de credibilidade empresarial e institucional que aquela consultora de comunicação e public relations já realiza há dez anos.
O “Trust Barometer 2009" recolheu o testemunho de 4500 “opinion leaders” de 20 países, de modo a asseverar o estado da credibilidade que os cidadãos depositam em entidades que podem ir desde organizações não governamentais a bancos ou empresas.
Uma das conclusões que o “Trust Barometer” deste ano revela é a queda de todos os indicadores, algo inédito no historial daquele estudo. Como revelou ao
Financial Times, Neal Flieger, responsável da área de Public Affairs da Edelman, “nos anos anteriores quando uma categoria subia, outra descia. Este ano, todas descem”.
Perante este cenário, Flieger refere que o caminho para a recuperação da credibilidade e da confiança passa pelo facto das empresas e das instituições reconhecerem as suas responsabilidades face aos problemas do mundo.
Uma ideia corroborada pelo próprio Richard Edelman que, em
entrevista à BBC World, exorta especificamente aos CEO’s das empresas para “não se esconderem” dos problemas das sociedades. Porque, uma das conclusões avançadas por Edelman é o facto da confiança e da credibilidade no mundo empresarial e dos negócios ter caído de forma acentuada.
É por esta razão que Richard Edelman antecipa o grande tema de Davos como sendo o do conceito de “responsabilidade social mútua”, no qual se verificará uma partilha de sacrifícios entre os dirigentes das empresas e aquilo a que chama de “sector privado da diplomacia”. E deixa ainda o aviso: “As empresas que se afastem dos grandes temas sociais ou que digam que não podem dar-se ao luxo de serem sustentáveis estão a cometer um grande erro.”