Jornais tentam escapar a uma morte anunciada
Irónico? Talvez não… As “mortes” de alguns dos mais emblemáticos jornais americanos, como o Rocky Mountain News, estão a ser anunciadas em primeira mão através das novas plataformas comunicacionais, as mesmas que estão a condenar o jornalismo impresso a dias penosos.
Twitter, blogues, redes sociais, You Tube, todos os canais serviram para, em tempo real, os colaboradores daquela publicação do Colorado “cobrirem o funeral do seu próprio jornal”, como observava o Financial Times. A primeira edição daquele jornal data de 13 de Abril de 1859. A última é de 27 de Fevereiro de 2009. Ou seja, o Rocky Mountain News “morreu” a poucas semanas de completar o seu 150º aniversário.
O cenário nos Estados Unidos é o mais problemático, estando a imprensa a ser mais penalizada do que em qualquer outra parte do mundo. O Financial Times explica esta situação com o facto de existir uma forte identidade cívica das pessoas associada a uma certa região ou estado, canalizando, assim, quase toda a publicidade para os meios locais, que acabaram por ganhar dimensão e recursos comparáveis a jornais nacionais de qualquer outro país.
Ora, com a contracção económica e a redução da publicidade, os jornais locais como o Rocky Mountain News foram os primeiros a pagar o preço da exclusividade de publicidade confinada a um Estado ou região.