Lisboa precisa de Menos Um Carro
No dia 14 de Outubro referi aqui que a mobilidade se estava a tornar num dos assuntos mais prementes na agenda das cidades de todo o mundo. Não sendo propriamente um tema recente, é um assunto que ganhou, nos últimos meses, uma grande força e relevância para os governantes e media.
Lisboa não foge à regra e a apresentação, anteontem, do movimento Menos Um Carro, é a prova disso mesmo. Está de parabéns a Carris, por ter apostado num projecto disruptivo e que utiliza as plataformas digitais como pivot de toda a estratégia para apelar à utilização de transportes públicos e alternativos ao carro privado.
Como presidente do Grupo GCI, consultora que concebeu, desenvolveu e executou o movimento Menos Um Carro, estou extremamente orgulhoso por poder participar nesta campanha de desincentivo à utilização do carro privado.
O movimento, que acreditamos ser inovador em toda a Europa, tem também como objectivo influenciar os lisboetas, residentes ou trabalhadores da Área Metropolitana de Lisboa – ou adjacentes - a utilizar os transportes públicos e meios alternativos. E sei que conseguiremos – todos – faze-lo.
É preciso agora angariar outros parceiros, entre operadores de transportes, ONGs ou associações com ligações ao tema da mobilidade sustentável, para que esta chama não se apague.
Parafraseando David Owen no Wall Street Journal, “os congestionamentos de trânsito podem ser benéficos para o ambiente, se tornarem [outras] opções como o metro, os autocarros, o carsharing, as bicicletas e andar a pé mais atraentes”.
Com os caóticos engarrafamentos que todos os dias presenciamos em Lisboa, acho que este é o perfeito exemplo de como os transportes públicos podem mudar – para melhor – o dia-a-dia dos cidadãos. É só preciso cada um de nós pensar em Menos Um Carro.