Angola, Argélia, Egipto, Nigéria, África do Sul, Tunísia, Líbia e Marrocos. Pelas minhas contas, estes são os oito países africanos com pavilhão próprio na Expo 2010, em Xangai.
Deste oito destaco as presenças de Angola, África do Sul e Nigéria. O pavilhão angolano tem como lema “Nova Angola, Vida Melhor” e ocupa um espaço de 5.000 metros quadrados. Lá dentro, o país promove as suas invejáveis capacidades e potencialidades económicas, financeiras, culturais e turísticas.
A comitiva angolana aposta no acelerado crescimento económico dos últimos anos – realçado pelos novos e ainda mais animadores números previstos para este ano – para convencer os visitantes a passarem pelo pavilhão. O objectivo é muito ambicioso – sete milhões de visitantes. Na Expo 2008, em Saragoça, o pavilhão angolano recebeu quatro milhões de visitantes.
O pavilhão de Angola fala de urbanismo e, sobretudo, de habitação. Construção, novas tecnologias e História de Angola são outros dos pontos altos do espaço. Aqui nota-se uma diferença significativa, em termos de conteúdos e temas, em relação a outras exposições mundiais. Aliás, também as presenças nigeriana e da África do Sul possuem esta característica de mudança.
Um dado importante. Em Julho, a comitiva angolana organizará jornadas de negócios entre empresários angolanos e chineses. A Expo, como é óbvio, é mais que um evento cultural. É uma feira, sobretudo, de negócios. Globais.
Já o pavilhão nigeriano tem três eixos: um que coloca a Nigéria como a West African Coast (onde é que já vi isto?), outro que dá conta e elogia o clima de paz que vive no país; e outro ainda que tem como tema principal os negócios.
A Nigéria – que faz parte dos Next Eleven identificados pela Goldman Sachs – tem uma das economias, a par de Angola, que mais cresce no mundo. E será, em pouco tempo, uma potência. Uma grande potência global.
Finalmente, a África do Sul. É um pavilhão sóbrio e simples. Provavelmente, um contraste do próprio país. Ainda assim, merece ser visitado, apesar da Expo 2010 ter sido relegada para uma segunda prioridade, depois do Mundial 2010. É pena, até porque seria uma boa forma de divulgar o próprio Mundial e o esforço feito pelo Governo sul-africano em proporcionar mobilidade e qualidade de vida às suas principais cidades. Afinal, este é "o" tema da Expo.
No total, são 42 os países africanos que estão presentes em Xangai – quase o dobro dos 22 que marcaram presença em Saragoça. Uma das atracções da Expo, na minha opinião, é a capacidade que nós, visitantes, temos de perceber as mudanças na mentalidade dos países que nela participam de dois em dois anos.
É também a melhor forma de nos mantermos actualizados com o que se passa no mundo. E mais do que os pavilhões dos países europeus ou norte-americanos, é nos países africanos e sul-americanos que esta nova expansão económica e de mentalidade se nota.
Vejam aqui o que de melhor tem esta Expo, na escolha do Público.