Walmart vai entrar na África do Sul
A Walmart está a oferecer 3,1 mil milhões de euros pela Massmart, a terceira maior retalhista sul-africana, com 290 lojas. A notícia não passou despercebida, nem poderia passar.
À parte do valor envolvido, há um enorme simbolismo neste negócio anunciado. Em primeiro lugar, trata-se do maior investimento da gigante norte-americana desde que comprou a britânica Asda, em 1999. Depois, é um investimento brutal para o mercado africano – a Massmart está presente em 13 outros países subsarianos.
“A África do Sul representa uma dinâmica de mercado atractiva, tendências demográficas favoráveis e uma economia em crescimento”, justificou Andy Boyd, vice-presidente da Walmart, sobre o negócio.
Como também já por aqui adiantei, a mais importante vitória de um magnífico Mundial 2010 não foi a espanhola. Foi a sul-africana e a de África, que deu um sinal de excelência ao resto do mundo.
Importa agora exportar o sonho de um mês para o resto da década – e é isso que está a acontecer. É importante continuar com os investimentos económicos e logísticos, mas também aumentar os investimentos sociais – isso nunca se pode esquecer. É o eixo mais importante da estratégia.
Se não houvesse uma África do Sul estável não teríamos investimento da Walmart. O Mundial foi um atestado de competência para todo um continente, e outros investimentos desta magnitude chegarão à África do Sul e a outros países africanos no curto prazo.
Finalmente, para a Walmart o objectivo é fortalecer as vendas internacionais, que ainda só representam ¼ das vendas totais. Se o mercado chinês e latino-americano não conseguiu este objectivo, pode ser que a solução esteja em África.
PS: Outra das notícias da semana: a chinesa Bright Food quer comprar a United Biscuits. A oferta inicial foi de 2,3 mil milhões de euros e insere-se na estratégia da Bright Food, principal empresa alimentar e lacticínios de Xangai, de se tornar também na líder da indústria alimentar no mercado chinês.
Para além da empresa chinesa, também a Campbell Soup e Nestlé estarão interessadas na United Biscuits. Mas estarão suficientemente interessadas para cobrirem a oferta chinesa? Outro negócio a acompanhar.