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José Manuel Costa

José Manuel Costa

O novo projecto da GCI

06.09.10, José Manuel Costa

Na última semana publiquei um texto sobre a Sustainable House Day 2010, essa muito interessante iniciativa da Australian Solar Energy Society e que poderia muito bem ser replicada em Portugal.


Não descobri o projecto no Twitter, nem através de uma corrente de e-mails, nem foi uma sugestão informal de amigos. Descobri-o no Green Savers, um portal dedicado ao desenvolvimento sustentável.


O Green Savers é um projecto da GCI, uma das nossas novidades da rentrée e que estamos hoje a lançar oficialmente.

 

Convido-vos, desde já, a visitá-lo.

 

Todos os comentários são bem-vindos. Só com o vosso feedback poderemos melhorar.

 

São também bem-vindas sugestões para novos temas ou a simples partilha de informações relevantes, venham elas do Twitter, Facebook, futura Diaspora, na CNN, na BBC, na Rádio Renascença, da casa sustentável que está a ser construída ao lado de vossa casa... dicas que tenham sido descobertas num jantar de amigos, numa aula da faculdade ou conferência internacional.

 

O que é o Green Savers? “É um portal e agregador de conteúdos relacionados com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, abordando temas que vão da mobilidade à economia, da nutrição à inclusão social”.

 

O objectivo do Green Savers é ser um ponto de encontro de uma comunidade multi-sustentável, que junte notícias, reportagens, opiniões e entrevistas sobre estes temas. E ser, também, um verdadeiro portal de sustentabilidade e extensível a outras áreas – directa ou indirectamente – ligadas ao desenvolvimento sustentável.


Tenho-o várias vezes dito aqui: queremos mudar as mentalidades e ajudar a mudar a sociedade. Lançamos hoje o Green Savers porque acreditamos que a mudança de mentalidades “passa não apenas por um compromisso individual e familiar, mas também por uma estratégia de envolvimento colectivo, conhecimento e partilha de informação”.

 

Como não poderia deixar de ser, este é um portal de língua portuguesa, com conteúdos especificamente dirigidos para países como Angola ou Brasil. Também aos nossos parceiros, leitores e amigos além-fronteiras queremos pedir conteúdos e comentários.

 

O Green Savers arranca hoje oficialmente. Sejam bem-vindos.

A economia azul de Gunter Pauli

03.09.10, José Manuel Costa

Há uns anos que Gunter Pauli anda a defender que a economia verde é hoje um conjunto de tecnologias largamente disponíveis e imediatamente convenientes. É uma possibilidade real, sim, mas não é suficiente. Ou seja, a economia verde não resolve os verdadeiros problemas.

 

Por estes dias, Pauli está a lançar “The Blue Economy – 10 years, 100 innovations, 100 million jobs”, um livro que partiu de 240 tecnologias inovadoras e sustentáveis e que escolhe as 100 que foram consideradas, por especialistas, como as mais realizáveis.

 

Pauli defende uma espécie de economia azul, que passa por voltar à eficiência da natureza, eliminar completamente o que sobra, os desperdícios. Uma espécie de procura de imitação da natureza.

 

Em 1991, o economista lançou o conceito de desperdício e emissões zero para a indústria, através de uma série de inovações na sua fábrica de detergentes na Bélgica. Embora tivesse acabado por construir uma das primeira fábricas verdes do mundo, Pauli admite que falhou na sua missão inicial, uma vez que os produtos biodegradáveis utilizados se baseavam sobretudo em ingredientes derivados das plantações de óleo do palma.

 

O resultado: os rios europeus ficavam mais limpos, mas a floresta tropical sul-americana era destruída a cada ano que passava.

 

De acordo com Pauli, a Green Economy tem inúmeros limites porque depende de duas grandes necessidades: a boa vontade dos empreendedores, cuja sustentabilidade financeira depende dos resultados, e dos consumidores estarem dispostos a pagar mais pelos produtos.

 

O economista e docente universitário belga diz que, adicionalmente, estes são dois requisitos difíceis de imaginar numa situação de crise como a que passamos.

 

Aqui recordo as palavras do professor John Gourville, da Harvard Business School – citado há uns meses por Richard Edelman no seu blog. “[Embora as pessoas queiram sempre ter bons comportamentos], quando as alturas são difíceis as decisões finais são tomadas pela vertente preço”.

 

Assim, a Blue Economy propõe um modelo de desenvolvimento que concilia as pretensões e conhecimento de cada uma das partes, pré-disposição e confiança nos resultados. A tudo isto juntamos ainda o empreendedorismo e a criatividade.

 

Ainda assim, e segundo explicou Pauli recentemente à RAI, a Blue Economy defronta-se logo com um obstáculo. Qual? “O gestor a quem falta visão”, explica.

 

Ou seja: o gestor cuja formação apenas lhe permite responder a questões como cash flow, retorno do investimento e necessidade de concentrar-se nos resultados… um gestor sem flexibilidade nem criatividade.

 

Pauli tem dedicado os seus últimos anos ao desenvolvimento desta teoria, promovendo projectos concretos que misturam de forma absolutamente ecuménica as últimas descobertas científicas com os métodos e conhecimentos tradicionais para criar novas oportunidades de desenvolvimento.

 

O “Launching the Blue Economy” está previsto para a próxima semana, 13 a 17 de Setembro em Honululu, Havai. Podem manter-se em contacto com todas as novidades aqui.

House Day 2010

02.09.10, José Manuel Costa

Estivesse eu na Austrália no próximo domingo, 12 de Setembro, e certamente não faltaria ao Sustainable House Day, uma iniciativa da Australian Solar Energy Society que vai escolher, entre 250 candidatas, a casa mais sustentável daquele país.

 

A iniciativa é tão simples como obrigatória de seguir. As 250 casas – que calculo que pertençam a particulares – vão abrir as suas portas ao público para revelarem as características que as tornam sustentáveis... sejam elas mainstream ou simples inovações domésticas.

 

O objectivo da Australian Solar Energy Society é incentivar os australianos e obterem mais (e novas) ideias para tornarem a sua própria casa mais amiga do ambiente. E pouparem algum dinheiro no processo.

 

Mais: em algumas destas casas estarão também presentes arquitectos e construtores, que darão o seu aconselhamento profissional a quem visitar as casas. Para quem não conseguir acompanhar in loco a acção – até porque nem todos viverão próximo de uma das 250 casas “a concurso” – existe este também um site onde a comunidade online poderá trocar impressões com os proprietários das casas.

 

Criatividade, inovação, interacção com a comunidade… esta acção tem tudo. Até porque o tema será muito relevante nos próximos anos, à medida que a consciência ambiental começar a mudar mentalidades.

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