A tecnologia como inclusão social
Apesar do título, não irei competir, neste post, com os textos do Diogo Vasconcelos, cujas apresentações sobre os projectos tecnológicos de inclusão social já por várias vezes aqui elogiei – como aqui ou aqui.
Vou, isso sim, falar do Brasil, e da forma como o seu Governo pretende, através da tecnologia, combater a exclusão social.
Uma das prioridades de Dilma Rousseff passa por dar às classes mais desfavorecidas uma maior possibilidade de acesso à internet – para além de melhorar a velocidade das ligações. Rousseff vê a internet como a melhor maneira de acelerar o desenvolvimento económico e social, sendo uma ferramenta essencial na inclusão social.
Apesar de Lula da Silva já ter feito várias incursões no campo do combate à exclusão social – nomeadamente através do programa Bolsa Família, que permite lutar contra a pobreza tendo como ponto de partida o acesso à educação – Dilma quer ir mais longe.
A nova presidente ampliou o Plano Nacional de Banda Larga a outras regiões e vai continuar a investir financeiramente para acelerar a entrada da população na sociedade de informação, contribuindo ao mesmo tempo para aumentar os níveis de emprego no País e o crescimento do PIB brasileiro.
É verdade que o Brasil não tem, hoje, uma grande taxa de penetração de banda larga, mas não me surpreenderia que, em poucos meses – o plano decorre até 2014 – as áreas mais rurais brasileiras estejam já online. A um preço acessível, claro.
E se o Brasil vai investir, por ano e até 2014, 440 milhões de euros para melhorar os seus serviços de internet, o País passará a ser um mercado importante para empresas como o Google, que têm tido alguns problemas em BRICs como a Rússia ou China.
O Google tem, aliás, planos para investir em força neste mercado.
“O Brasil é uma oportunidade maravilhosa para o mundo digital”, explicou ao Financial Times o responsável pelo Google Brasil, Fábio Coelho, que espera um aumento das receitas na ordem dos 80% em 2011.
Se, como diz Diogo Vasconcelos, a tecnologia pode – e deve – ser utilizada para o bem-estar das sociedades, sendo uma importante ferramenta de inclusão social, então também aqui o Brasil estará, em poucos anos, na vanguarda da inovação social digital, sendo um mercado (ainda mais) apetecível para marcas e empresas, projectos e ideias.
PS: Reforço o link que em tempos já aqui deixei, para o Dialogue Café, já presente em Portugal, Brasil e Holanda.