Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

José Manuel Costa

José Manuel Costa

Inclusão social tecnológica no Complexo do Alemão

20.03.12, José Manuel Costa

Na semana passada, uma notícia passou despercebida em Portugal: o Governo do Rio de Janeiro expandiu o Rio Digital, o seu projecto de inclusão tecnológica, ao Morro do Adeus, Morro da Baiana e ao muito mediático Morro do Alemão.

 

Desde quinta-feira que estes três morros, que fazem parte do chamado Complexo do Alemão, têm wi-fi gratuita, um projecto que está a ser implementado faseadamente e que, quando concluído, chegará a 380 mil pessoas.

 

Para quem não tem smartphone ou computador, a secretaria da Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro vai também lançar um centro de informação na Associação dos Moradores do Morro do Adeus. Aqui serão disponibilizados computadores com acesso a serviços básicos.

 

O Governo do Rio de Janeiro espera que 80 mil pessoas encontrem, neste centro, respostas para o seu analfabetismo digital. A partir daqui, tudo pode acontecer: todos estamos um bocadinho mais iguais no empreendedorismo digital, na criatividade, na criação e aproveitamento das oportunidades, na decisão de mudarmos a nossa vida.

 

Ao longo dos anos, tenho dedicado alguns posts a referir a importância da tecnologia na inclusão social, a sua vertente empreendedora e influência na mudança de mentalidades.

 

Por isso, não poderia ignorar este projecto, desenvolvido numa cidade que conheço cada vez melhor e que estou a aprender a gostar. Não conheço nenhuma outra cidade onde se trabalhe tanto – e tão bem – a mudança de mentalidades. E, pelo que sei, isto ainda é só o início.

 

PS: Acabo de saber que Isabel Jonet vai participar no percurso da tocha olímpica de Londres 2012, um reconhecimento feito ao “seu” Banco Alimentar. Que excelente início de promoção olímpica em Portugal!

Angola, dois anos depois

02.03.12, José Manuel Costa

Depois de uma década de estabilização económica e aposta nos grandes projectos públicos, o Governo angolano está agora a relançar as pequenas e médias empresas como o motor da economia. A conclusão é do Jornal de Negócios, num suplemento publicado esta semana e dedicado a Angola.

 

É verdade. Angola quer agora reduzir a dependência das receitas do petróleo, incentivando o investimento noutros sectores produtivos. E a aposta está ganha. O sector não petrolífero cresceu 7,7% em 2011, esperando-se que continue a crescer este ano, agora a dois dígitos: 11,5%.

 

Em 2012, o PIB angolano deverá crescer 12,8%. A economia já ultrapassou o pequeno abrandamento provocado pela crise global e assume-se agora como a mais pujante economia africana.

 

É inegável – e o Negócios afirma-o – que esta dessincronização de ciclos entre Portugal e Angola é uma oportunidade para reforçar os laços bilaterais entre Luanda e Lisboa. Investir ou exportar para Angola vai permitir às empresas portuguesas contrariar o impacto negativo da recessão no nosso País.

 

Mas é necessária estratégia, palavra tantas vezes esquecida nestes processos. Anteontem, o CEO da Siemens para a área de Cidades & Infra-estruturas, Roland Busch, explicou ao Green Savers que as cidades de países em desenvolvimento, como Luanda, têm uma grande oportunidade em mãos: saltar por cima das soluções desenvolvidas na era industrial e pós-industrial e passar directamente para as soluções do século XXI.

 

Busch falava, sobretudo, de sustentabilidade urbana. Angola sabe-o, por isso tem na agricultura, infra-estruturas e energias renováveis três das suas grandes apostas a médio e longo prazo. Creio que esta aposta se irá sentir bastante nos próximos tempos.

 

Depois há ainda a oportunidade de trazemos o Brasil e Moçambique, por exemplo, para esta equação. São destinos naturais e desejáveis.

 

O Negócios segue o guião das “imensas oportunidades de negócio” no mercado angolano. Outra verdade, mas sem El-doradismos, como já por várias vezes escrevi por aqui.

 

PS: A Uanda comemora este mês dois anos de actividade. Para mais informações sobre a nossa consultora em Angola envie um e-mail para a Dina Cortinhas (dina.cortinhas@uanda.co.ao)