Comecei este blog em plena luta Obama/McCain, tendo dedicado vários posts à estratégia de David Plouffe para o então candidato democrata – hoje o reeleito presidente.
Obama fez um bom mandato, apesar de ter vacilado na Conferência de Copenhaga. Foi, para mim, o seu grande erro, não ter conseguido convencer os norte-americanos da necessidade de um acordo climático vinculativo.
Os grandes pontos altos, por outro lado, foram o Obamacare, a reforma - possível - da saúde norte-americana, e a sua coerência ao longo dos últimos quatro anos.
O próximo mandato continuará difícil, tendo Obama lançado já pontes para os seus rivais, alertando, no seu discurso de vitória, que ele, por si só, não pode decidir nada. É preciso trabalhar com todos os líderes políticos, cidadãos, só assim a América pode ter um futuro melhor.
Destaco ainda, do discurso de vitória de Obama, a menção às alterações climáticas e – ainda que indirectamente – às energias renováveis. O tema ficou a marinar durante a campanha, mas hoje Obama quis deixar claro que não se esqueceu que as crianças norte-americanas precisam de um País sem dívida, sem desigualdades e sem o poder destrutivo de um Planeta em aquecimento. Mais directo não poderia ser.
Finalmente, há a palavra esperança, que Obama injectou, há quatro anos, nos cidadãos do mundo – e não só nos norte-americanos. Uma palavra que esteve em stand-by durante tanto tempo, amarrada pela crise económica, e que tem de ser alimentada e libertada.
Esta palavra, na verdade, une Estados Unidos e Europa, os seus cidadãos. O futuro destas duas economias joga-se todos os dias, e esse será um dos principais desafios de Obama: liderar na economia verde, convencer os norte-americanos que as alterações climáticas são reais e estabelecer vasos comunicantes – também – com o lado de cá do Atlântico.