Vamos ter que nos habituar a falar disto (1)
Durante dois dias, a Associação Portuguesa dos Nutricionistas juntou os seus profissionais no Centro de Congressos de Lisboa para discutir alguns dos problemas… eu não diria do sector… eu diria do País e do mundo. Temas como a obesidade, diabetes e hipertensão, a segurança alimentar, a promoção dos bons hábitos alimentares ou (as cada vez mais em voga) refeições escolares saudáveis foram algumas das estrelas do encontro.
Uma das principais conclusões analisadas: um terço das crianças portuguesas estão em pré-obesidade ou obesidade, explicou o coordenador da Plataforma Nacional contra a Obesidade, Pedro Graça.
São dados demolidores, sobretudo porque estamos a falar de crianças entre os dois ou cinco anos. Mas há mais: 53,3% dos homens (população adulta) e 27,8% das mulheres são pré-obesos. E destes, 27,8% das mulheres e 10,3% encontra-se em obesidade do grau 1.
É tempo, por isso, para mudarmos esta situação. Pedro Graça apelou ao papel dos profissionais de saúde para prevenir e tratar desta questão, mas eu iria um pouco mais longe, estabelecendo um verdadeiro compromisso entre profissionais, empresas e outras organizações e a sociedade.
Uma boa notícia: a presença do Grupo Ibersol, no congresso, com todas as suas marcas: da Pizza Hut à Pans & Company, passando pelo Burger King ou KFC. É tempo. também, de todos pensarmos em sermos mais saudáveis.
Nos Estados Unidos, esta luta está a ser liderada pela próprio Primeira Dama, Michelle Obama. Aquele país está preocupado não só com as ameaças da obesidade à saúde, mas também à economia.
Consta que os EUA precisem de 110 mil milhões de euros por ano para tratar de doenças ligadas à obesidade. São números demasiado inacreditáveis para ignorar – sobretudo nesta fase de crise.
As estatísticas norte-americanas, vemos agora, poderão nem andar muito longe das portuguesas: 32% das crianças e adolescentes têm peso a mais, e quase 20% das crianças dos seis aos 11 anos e 18% dos jovens entre os 12 aos 19 anos são obesos. Mas estaremos nós, portugueses, a lutar com as mesmas armas dos norte-americanos?
Como sabem, o Grupo GCI lançou em Outubro último, em parceria com a APN, os Nutrition Awards. Estes novos números sobre a obesidade em Portugal – hoje, o Destak escreve que nos estamos a tornar num país de gente gorda – só lançam mais pertinência para um projecto como os Nutrition Awards.
O número de candidaturas foi um sucesso. Estou certo que a entrega dos prémios também e que, uma vez mais, veremos reconhecida a nossa competência de agência de PR em trazer para a ordem do dia os temas mais relevantes para a sociedade portuguesa.
Há ainda uma parte desta tema que está intimamente ligada às alterações climáticas, sustentabilidade e responsabilidade social, mas disso falarei mais para a frente. Até porque, mais cedo ou mais tarde, vamos ter que nos habituar a falar (mais) disto.