O choro de Lula da Silva
E a cinco meses de deixar o Palácio da Alvorada, Lula chorou. O presidente brasileiro estava a ser entrevistado pelo Jornal da Record quando, do nada, as lágrimas “pularam de um nó da garganta”, como explicou a sua entrevistadora, Adriana Araújo.
Vale a pena ler o texto de Adriana Araújo. “Muitos vão dizer: Lula está em campanha e chorou pra comover o eleitor. E como chefe maior da nação ele terá que ouvir. Está sujeito a isso. Eu que estive diante de Lula, conduzindo a entrevista por uma hora e meia, digo: claro, ele está em campanha…Mas as lágrimas pularam de um nó na garganta. Escaparam. E surgiram justamente quando falávamos das críticas ao governo”.
Segundo a jornalista, as lágrimas mostram um homem “ressentido” e “cansado dos julgamentos que qualquer homem público tem que suportar”.
Acredito que as lágrimas de Lula são verdadeiras, porque não fogem ao retrato do homem que chegou ao Palácio da Alvorada a 1 de Janeiro de 2003 e de lá sairá para, muito provavelmente, dar lugar a Dilma Rousseff, naquela que deverá ser mais uma presidência histórica para o Brasil.
Ainda assim, os próximos meses vão ser (ainda mais) quentes naquele País. Há algumas semanas foram tornados públicos em vários blogs supostos dados que (terão sido) publicados pelo The Economist e que comparam o Brasil de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula - dando esmagadora vantagem política, económica e social ao Brasil do metalúrgico.
Estes dados entraram, então, na campanha de Dilma e José Serra.
No vendaval da discussão, há quem diminua o papel de FHC na construção do Brasil de hoje. Algo injusto para os três: para Lula, para o Brasil e, claro, sobretudo para o próprio FHC.