A África do Sul e o pós-Mundial
Durante um mês, o mundo foi a África do Sul.
O Mundial foi um sucesso, os alarmistas ficaram calados, os optimistas venceram.
Sim, o Mundial foi um momento histórico para a África do Sul e para todo o continente africano – e por certo inspirará todo o século que ainda temos pela frente.
Mais isso é o menos.
O mais importante ainda está por fazer: exportar o sonho por mais um mês, mais um ano, para a próxima década.
E continuar com os investimentos económicos e logísticos. E aumentar os investimentos sociais e a taxa de emprego.
Como era de esperar, a África do Sul já saiu das bocas do mundo. O que ficou? A sensação de que o Governo consegue controlar as altas taxas de criminalidade e promover parcerias público-privadas que tenham como destinatários uma grande franja dos seus 50 milhões de habitantes.
O investimento em infra-estruturas deve, agora, continuar. Nesta área, as políticas de mobilidade e construção sustentável terão que estar sempre em cima da mesa.
O Gautrain, comboio que liga Joanesburgo, Pretória e o Aeroporto Internacional Olivier Tambo, é um bom exemplo de como se devem nivelar as futuras construções no País.
A estabilidade é também vital para termos uma África do Sul a seguir Brasil, Índia ou China na liderança dos países em desenvolvimento.
Ah, e não nos esqueçamos das townships. Aliás, o pós-Mundial deveria começar mesmo por aí, integrando as políticas sociais e económicas em prol do aumento da qualidade de vida e dignidade da população.
O Mundial foi um enorme atestado de competência para África e tenho a certeza que o resto do mundo já olhará de forma diferente para este enorme continente. Mas ainda só estamos no início da mudança de mentalidades.