África e o próximo BRIC
Para Jim O’Neill, as 11 maiores economias africanas, juntas, serão o mais provável quinto BRIC. Basta continuarem a sua evolução demográfica, económica e social.
Quais são as 11 maiores economias africanas? O economista não diz. Mas arrisco algumas: Nigéria, Egipto (que fazem parte dos Next Eleven, que O’Neill e restantes colegas da Goldman Sachs já tinham identificado), África do Sul, Angola, Argélia, Sudão (sim, Sudão…), Marrocos, Líbia, Tunísia, Quénia…
Num artigo publicado no Financial Times, O’Neill diz que o continente africano está em grande, fruto de um excelente Mundial de futebol organizado pela África do Sul; de um PIB conjunto que é similar aos de Brasil e Rússia - e maior que o indiano; e da tal inclusão da Nigéria e Egipto nos Next Eleven.
Um dado importante: metade do PIB previsto para as principais economias africanas para o ano de 2050 virá da Nigéria e Egipto. Será daqui que virá grande parte do crescimento do continente.
Outro: A África do Sul não tem uma população suficientemente grande – 45 milhões – para ser um BRIC. Mas a Nigéria, com 180 milhões, tem. Poderá, inclusive, ser maior que Canadá, Itália ou Coreia do Sul em 2050.
O que pode pôr então em causa este futuro desenvolvimento? O eventual futuro baixo resultado no GES (Growth Environment Score) do Goldman Sachs – um registo que, de resto, os países africanos já ostentam hoje.
Como melhorá-lo? Com políticas macroeconómicas estáveis, com uma baixa inflação e evitando grandes dívidas externas e governamentais. “Estes são os objectivos mais simples”, diz O’Neill.
Os mais difíceis? Estabilizar os Governos, melhorar os níveis básicos de educação e aumentar a utilização de telemóvel e internet, entre outros. Acredito que África tem tudo para conseguir esta evolução nos próximos 40 – ou até menos – anos. E tornar-se, então, no quinto BRIC.