A importância dos discursos e das grandes ideias
Há uma semana, enquanto via a brilhante apresentação de Jaime Lerner no painel sobre “Cidades Sustentáveis”, no Green Fest, tive uma sensação – agradável – de déjà vu.
É que Lerner é não só um exímio conversador, como o meu déjà vu um excelente exemplo de como as TED Talks são um fenómeno global, um misto de entretenimento, estratégia e diplomacia que nos consegue captar a atenção, durante 18 minutos, para o fascínio do discurso e do pensamento humano.
(O déjà vu vem mesmo daí, das TED de Lerner disponíveis no YouTube)
O Financial Times chama-lhes - às TED - “meio Glastonbury, meio Davos”, eu prefiro pensar nelas como um desafio ao poder de síntese – algo que, em Portugal, raramente existe nas conferências.
Uma intervenção numa conferência nunca é um meio termo. Nunca ninguém pode gostar assim-assim, não ter uma opinião formada sobre o que acabou de presenciar. Ou fica aquém do esperado - e aí leva o público a olhar para o relógio e a pensar noutros assuntos - ou é fenomenal, inesquecível e arrebatadora. E provoca risos, os minutos passam a correr.
Dito isto, regresso ao passado das TED. Fundadas por Richard Wurman em 1984, só seis anos depois tiveram a sua segunda edição. O que prova que as boas ideias, mesmo que numa primeira fase não encontrem o feedback esperado, acabam sempre por voltar. E em força.
PS: As Tedx do Porto regressam em Março à Casa da Música. Peter Joseph, do Zeitgeist, Mark Boyle, o homem que vive em Bristol sem dinheiro ou Celso Grecco, da Bolsa de Valores Sociais de São Paulo e Lisboa, são alguns dos oradores convidados.