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José Manuel Costa

José Manuel Costa

Consultoras de PR loucas pelo Brasil

02.06.11, José Manuel Costa

As consultoras de PR andam loucas pelo mercado brasileiro, explica hoje o PR Week. “As principais consultoras de PR estão a olhar para o Brasil como a nova grande oportunidade de investimento, à medida que novos números revelam que o País está a liderar o crescimento na indústria de PR”, pode ler-se neste artigo.

 

De acordo com a PR Week, que cita um relatório da International Communications Consultancy Organisation, o mercado brasileiro de PR cresceu 23% em 2010, em relação a 2009.

 

Jogos Olímpicos e Mundial de Futebol são dois dos responsáveis desta corrida para terras brasileiras. Vero Communications ou a Chime, de Lord Bell, são algumas das consultoras que já estão a investir no Brasil.

 

“O Brasil tem um potencial gigantesco no actual momento dos negócios. Se é o melhor local para as consultoras de PR, não sei”, explicou Lord Bell, enquanto Mike Lee, chairman da Vero, disse que a presença brasileira no palco mundial é “maior que nunca”. Os dois abordaram, sobretudo, o potencial destes dois eventos desportivos.

 

Lord Bell tem uma ‘tirada’ curiosa no que toca a este mercado, afirmando que a “barreira da linguagem é um desafio gigantesco” no Brasil. A partilha da mesma língua e cultura é, já o tenho referido várias vezes aqui – e não sou o único, claro – um dos nossos trunfos no Brasil ou Angola, no chamado triângulo de influências, abrangências e interesses em língua portuguesa.

 

Explica ainda o artigo que a Abracom, Associação Brasileira das Agências de Comunicação, tem 345 consultoras registadas. Por outro lado, estima-se que existam 1.100 consultoras de comunicação no País. Ainda de acordo com a ICCO, o crescimento do mercado brasileiro de PR deveu-se à procura por serviços de social media, comunicação interna, programas de gestão de crise e pela contínua globalização da economia brasileira.

 

Michael Burrell, vice-presidente da Edelman Europa, também citado pela PR Week, foi mais abrangente na caracterização do mercado brasileiro, afirmando que existem várias “oportunidades fora da área do desporto”.

 

“Na perspectiva da Edelman, o Brasil é uma grande prioridade para nós. Uma das áreas em que estamos muito interessados é a de Public Affairs”, revelou Burrell.

 

“Como outras consultoras, estamos a ter um forte crescimento no mercado brasileiro e fizemos aquisições para fortalecer a nossa posição”, continuou Burrell, que considerou o mercado brasileiro uma enorme e significativa "oportunidade".

 

Na minha opinião, há uma outra área que, não tendo sido referida no artigo, está em plena expansão no Brasil – e a GCI está atenta. Falo, claro, na sustentabilidade, como ainda na semana passada pude comprovar pessoalmente.

 

Recordo, pois, as palavras da ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, que realçou a importância do sector privado na gestão e inovação ambiental e promoção da sustentabilidade e, sobretudo, a dimensão social associada ao ambiente, biodiversidade e alterações climáticas.

 

Por isso, as expectativas em relação à primeira edição dos Green Project Awards Brasil, um dos mais marcantes projectos da GCI, este ano, no Brasil, são altíssimas. E o anúncio do nosso primeiro parceiro comum ao GPA Portugal e Brasil, o Rock in Rio, apenas contribuiu para trabalhar de forma mais integrada – em língua portuguesa – este projecto.

 

Acredito que a estratégia de Edelman será a mais realista para o mercado brasileiro, porque será a única que tem uma visão de médio e longo prazo mas, também, porque é a mais abrangente e culturalmente relevante. Mas eu, como presidente da GCI, afiliada da Edelman em Portugal, não serei a pessoa mais imparcial para o dizer.